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[Artigo] A Sua Matriz Apresenta Claudicação?




Entenda Seus Efeitos
 
Por Tamires Gomes*
Médica-veterinária e Responsável Técnica da Coosuiponte 
 
 
As lesões nos cascos são um fator frequente e comum causados em suínos. Mudanças para aumentar a produção de suínos podem fazer com que o animal permaneça exposto em piso áspero sob condições restritas de movimento, o que muitas vezes resulta no desenvolvimento de afecções no caso.
 
 
Ela pode acontecer em diferentes graus, mas quando atingem um nível grave, pode ocasionar intensa dor e claudicação, dificultando inclusive que o animal se levante. Por isso, acaba se tornando uma importante causa de descarte não estratégico de porcas do rebanho, além de ir contra o bem-estar animal.
 
 
Além do fator genético que busca proporcionar maior peso corporal em menor tempo, alguns fatores predisponentes ao desenvolvimento de lesões em cascos são: aspectos nutricionais, tipo de piso no alojamento, pisos de maior ou menor rugosidade, presença de buracos, pisos ripados com espaçamento inadequado e umidade (CARVALHO et al. 2009).
 
 
Em relação ao piso onde os animais ficam alojados, o atrito entre a superfície do chão e a pata do animal é um fator que predispõe esta afecção. Segundo Deen et al. (2007) as características do piso estão relacionadas com o aumento na frequência de lesões nas almofadas plantares e rachaduras de parede do casco. Assim, observa-se uma maior prevalência do crescimento de unha em suínos alojados em ripas de plásticos, quando comparados com fêmeas alojadas em pisos de concreto.
 
 
Ao contrário de pisos com ripas de plásticos, pisos com maior rugosidade resultam em desgaste acelerado, o que também não é favorável a saúde do casco. Segundo Kramer (2016) ocorre a acentuada angulação entre a parede do casco e a sola, com redução da superfície de contato com o piso.
 
 
Outra condição a ser considerada é a diferença entre as patas traseiras e dianteiras das porcas. As primeiras tendem a experimentar condições mais úmidas em comparação com os pés dianteiros por maior contato com fezes e urina (Gjein e Larssen, 1995). Este fato ocorre em condições de higiene deficiente, além de estar associado a escorregões devido aos pisos lisos. Os cascos em contato com a umidade em períodos prolongados promovem o amolecimento da sola, causando assim, a redução da resistência e da elasticidade, propiciando as lesões (GREGORY et al., 2006).
 
 
Outra possível causa de problemas nos cascos seria a distribuição de peso corporal do animal. Segundo Carvalho et al. (2009) as unhas laterais dos membros posteriores suportam maior peso em relação as unhas mediais posteriores e unhas anteriores. 
 
 
A seguir (figura 1) são especificadas as estruturas anatômicas do casco:
 
Figura 1: Estruturas anatômicas do casco.
Visualização estruturas anatômicas. Vizcaíno et al., (disponível em www.3tres3.com.pt/artigos/as-coxeiras-das-porcas-são-subestimadas-ii_6355/) consultado em maio de 2021.
 
 
Segundo Deen et al. (2009) há 7 (sete) principais classificações das lesões:
 
a) Crescimento e erosão da almofada plantar;
b) Rachadura na almofada plantar e sola;
c) Lesão na linha branca;
d) Rachaduras horizontais na parede do casco;
e) Rachaduras verticais na parede do casco;
f) Crescimento excessivo das unhas; e
g) Crescimento ou ausência das unhas acessórias
 
 
Foi realizado um estudo na Dinamarca no ano de 2005 com 10 rebanhos diferentes e um total de 265 porcas abatidas. Observou-se que as principais causas de morte foram relacionadas ao aparelho locomotor (sendo um total de 72%), artrite (um total de 24%) e as fraturas (um total de 16%) das lesões mais frequentes (KIRK et al., 2005).
 
 
O crescimento e erosão da almofada plantar são as lesões de maior prevalência no Brasil. Logo, é comum encontrar mais de 90% das porcas com essa lesão e 50% das fêmeas com rachaduras horizontais, normalmente em várias unhas de um mesmo animal (KRAMER et al., 2013). Além disso, foi analisada a prevalência de lesões no casco de 1749 porcas, sendo que em 99% destas havia pelo menos 1 tipo de lesão
 
 
A seguir (quadro 1) é detalhado a prevalência total das lesões deste estudo acima:
 
Quadro 1: Prevalência total de lesões no casco.
Fonte: Adaptado de Kramer et al., 2013.
 
 
O principal sinal clínico relacionado a problemas no casco ou articulações é a claudicação, cujo grau varia entre 1 a 4 (1-leve, 2-médio, 3-grave e 4-muito grave) (DEEN et al., 2009). Quando no estado grave, o animal evita se levantar ou se levanta com dificuldades. Além da claudicação as lesões nos cascos dão origem a outros sinais clínicos que varia de acordo com o grau de severidade, assim, permitindo o ingresso de infecções, que pode se tornar sistêmicas. Assim as principais consequências são:
 
DOR E CLAUDICAÇÃO: 
 
Carência de bem-estar animal;
Redução mobilidade;
Inflamação;
Artrites;
Consumo inadequado de ração e água;
Menor número de micções;
Baixa produção leite;
Redução desempenho de leitegada;
Alto incidência de leitões esmagados;
Subnutrição;
Úlcera de decúbito;
Afecções geniturinárias;
Aumento de intervalo desmama e cio (IDC);
Aborto/reabsorção embrionária;
Descarte precoce.
 
 
FONTE: AUTORA
 
Figura 3: Esta imagem refere-se a uma fêmea primípara que foi alojada no setor de gestação em um piso de maior rugosidade com presença de buracos. Observou-se claudicação de grau 4, com presença de dor, atrite e ulcerações, Como resultado, seu sistema reprodutivo foi comprometido pelas dores e estresse envolvido. Houve, portanto, uma perda econômica, além do ocorrido ser uma ação que vai de desencontro ao bem-estar do animal. 
 
 
Como medidas de melhoria, citam-se a correção das irregularidades do piso do alojamento e corredores, uso de pisos com estruturas uniformes, frestas adequadas à faixa etária, utilização de pedilúvio frequente na granja. Quando possível, fazer procedimento de casqueamento periodicamente, correção de problemas de umidade, além de contatar o nutricionista responsável pela granja para revisão ou adição de micro minerais na alimentação.
 
 
A observação diária do plantel é uma importante gestão para a intervenção precoce de afecções e cuidado principalmente com o bem-estar dos animais, no qual nos retornará com significativos rendimentos econômicos. 
 
 
Referências:
 
ANIL, S.S.; ANIL, L.; DEEN, J.; BAIDOO, S.K.; WILSON, M.E. & WARD, T.L. Comparison of claw lesion scores in sows housed in gestation stalls and in group 40 pens with electronic sow feeders (ESF) during gestation. Proceedings of the Alen D. Leman Swine Conference (Saint Paul, MN, USA). 2009.
 
CARVALHO, V.C.; NAAS, I.A.; MOLLO NETO, M. & de SOUZA, S.R.L. Measurement of pig claw pressure distribution. Biosystems Engeneering. 103, 357-363. 2009.
 
GJEIN, H., LARSSEN, R.B., 1995. Housing of pregnant sows in loose and confined systems - a field study. 2. Claw lesions: morphology, prevalence, location, and relation to age. Acta Vet. Scand. 36, 433–442.
 
GREGORY, N., CRAGGS, L., HOBSON, N., & KROGH, C. (2006). Softening of cattle hoof soles and swelling of heel horn by environmental agents. Food and Chemical Toxicology, 44(8), 1223–1227. doi: 10.1016/j.fct.2006.01.018 
 
KIRK, R. K.; SVENSMARK, B.; ELLEGAARD, L. P.; JENSEN, H. E. 2005. Locomotive disorders associated with sow mortality in Danish pig herds. Journal of Veterinary Medicine Series A, Alemanha, v. 52, p. 423-428.
 
KRAMER, T. Frequência e severidade de lesões de casco em matrizes suínas e em cevados. Palotina, 2016.
 
KRAMER, T.; SOUZA, T.C.G.D.; TEIXEIRA, A.P. & ALBERTON, G.C. Prevalência de lesões de casco em porcas da região Sul e Sudeste do Brasil. Anais do 16. Congresso Abraves (Cuiabá, MT), 2013.
 
KRAMER, T.; DONIN, D.G.; ALBERTON, G.C. Lesões de casco em reprodutoras suínas: como se manifestam e o que pode ser feito para controlar. In: BARCELLOS, D.E.; BORTOLOZZO, F.P.; WENTZ, I.; BERNARDI, M.L. (Editores). Avanços em sanidade, produção e reprodução de suínos. Porto Alegre: UFRGS, Setor de Suínos. 2015. pp. 239-266
 
Vizcaíno et al. As cocheiras das porcas são subestimadas? Fevereiro. 2013. Disponível em: <https://www.3tres3.com.pt/artigos> Acesso em: 05 maio. 2021.
 
 

17/06/2021

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