Bolsa de Suínos
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[Opinião] Qual a relação dos custos de produção com os preços dos suínos vivos em 2020?




Por Alvimar Lana e Silva Jalles*
 
 
Essa questão foi recorrente durante todo o ano, afinal, os preços dos suínos vivos foram recordes em valores nominais e reais mas, os custos de milho e farelo de soja também, em poucas ocasiões, tinham subido tanto.
 
 
Por várias vezes ouvimos que os suínos subiam por causa dos custos. Mas isso é verdade?
 
 
Do meu singelo ponto de vista não creio…e vamos justificar.
 
 
De onde vem essa crença de que aumento de custos gera automaticamente aumento e remarcação de preços de venda?
 
 
Isso vem da década de 1980. Nela a inflação brasileira disparou a níveis inimagináveis para nós atualmente, tendo sido controlada somente em 1994 com o advento do Plano Real (gráfico 1). Quem foi testemunha presencial da história se lembra que, naquela época, o maior “valor” que uma empresa podia ter era sua capacidade de acompanhar a inflação, remarcar os preços dos seus produtos e não deixar o valor das suas mercadorias derreter como um sorvete ao sol.
 
 
A partir de 1994, com a nova dinâmica após o Plano Real, isso mudou totalmente. É preciso muito cuidado para não avaliar 2020 com conceitos de 1980. E quais são esses erros?
 
 
Essencialmente é que você não mais consegue remarcar seus preços apenas porque seus custos subiram como era possível fazer em 1980.
 
 
A possibilidade de subir os preços e transferir seus custos maiores depende de duas variáveis chave atualmente: de haver demanda compatível com o aumento de preços que você deseja fazer e de que a concorrência permita a remarcação indo na mesma direção. Se por alguma razão as empresas concorrentes da sua não subirem os preços você também não poderá fazê-lo.
 
 
Salvo contrário, você será obrigado a vender com prejuízo ou com redução de suas margens de lucro…se por ventura, você não quiser vender, com diminuição ou ausência de lucro e algumas vezes até com prejuízo a outra opção seria não vender…mas aí já precisamos de discutir esse tema em outro artigo. Esse novo debate não cabe nesse texto. Então vamos voltar o título.
 
 
No atual modelo da economia brasileira, aonde os níveis de inflação estão sob controle e todos os agentes de todas as cadeias de produção conseguem enxergar os custos das mercadorias sem as distorções da década de 1980, sempre haverá resistência em aceitar altas de preços. A tal inflação inercial do passado, que contribuía para os reajustes generalizados, é um evento atualmente inexistente.
 
 
As alternativas que os compradores ou clientes utilizam para fugirem dos aumentos de preços são simples: se abastecer na concorrência e/ou postergar as suas compras até o limite do possível.
 
 
Portanto, se não houver demanda suficiente e/ou se a concorrência oferecer custos menores você não conseguirá fazer o seu reajuste dos preços de seus produtos. É assim que funciona no mundo inteiro e no Brasil desde 1994.
 
 
Uma das formas fáceis de enxergar a descrição acima é comparar os índices de inflação dos alimentos em 2020. Desde 1995 as inflações de atacado e varejo, em vários momentos que tivemos choques de preços, são diferentes ao nível de produtor, atacado e varejo.
 
 
O varejo não aceita as remarcações na mesma intensidade. O gráfico 2 é didático ao comparar as inflações dos alimentos ao nível do consumidor e da indústria.
 
 
Me lembro com clareza que, em 1999, após a primeira maxi-desvalorização cambial do Plano Real, a imprensa especializada em mercados e economia falou muito em "inflação potencial” para se referir à essa inflação do atacado que estava represada e iria chegar ao varejo. Eles estavam contaminados pelas experiências da década de 1980 que ainda estavam em memória recente.
 
 
A imprensa especializada achava que a inflação acumulada no atacado iria desaguar no varejo. Com bem pouco tempo eles perceberam que o fenômeno de 5 anos antes não mais existia e o termo sumiu do noticiário. O termo caducou e nunca mais usado em nenhum debate econômico.
 
 
Portanto, estou seguro em afirmar que os custos de milho e farelo de soja subiram exponencialmente em 2020 e por outras razões o preço dos suínos vivos também subiram. Não há nenhuma relação de causa e efeito neste ano.
 
 
Quando o aumento de custos gera o repasse de preços? Há momentos de causa e efeito entre eles?
 
 
Sim! Há e faz parte do ciclo normal do capitalismo e dos mercados.
 
 
Isso acontece quando o crescimento de custos de produção dos suínos (ou de qualquer outro produto) destrói parte da produção e, por consequência, enxuga a oferta dos mesmos, gerando-se assim uma situação direta de causa e efeito entre aumento de custos e aumento de preços de vendas das mercadorias em momento seguinte.
 
 
Menos oferta com demanda mantida igual ou superior implica em preços de vendas maiores.
 
 
Mas, isso não acontece na produção de suínos brasileira desde 2012, o último ano que houve algum enxugamento no abate de animais (gráfico 3).
 
 
As correções de rota no mercado interno, desde então, têm vindo de outras variáveis mas não do ajuste na quantidade de produção e por consequente oferta da carne suína dentro do Brasil (gráfico 4).
 
 
É muito importante termos clareza dos eventos que nos cercam, sejam eles específicos da cadeia de suínos, ou dos fundamentos do capitalismo.
 
 
Porque só assim conseguiremos construir, individualmente e coletivamente, as soluções para nossa cadeia de produção dentro da lógica de mercado, evitando acreditarmos em conceitos que já caducaram há décadas e não sermos surpreendidos por ilusões ou fantasias.
 
 
Fora disso é demagogia ou desconhecimento. E nenhum do dois são bons conselheiros para se pensar o futuro.
 
 
*Alvimar Lana e Silva Jalles é médico-veterinário e consultor da Asemg.
O artigo foi postado, originalmente, no portal da 3tres3.

 


20/01/2021

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