O acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, divulgado na sexta-feira (28), ainda deve passar por alguns obstáculos antes de sair efetivamente do papel, mas a cadeia suinícola já estuda os efeitos que ele pode trazer para a atividade a longo prazo. Do ponto de vista do desenvolvimento do setor, a expectativa é que o acordo traga resultados positivos para o mercado da carne suína brasileira.
O principal efeito deve ser a exportação do produto para atender ao mercado dos países da UE e, consequentemente, facilitar a habilitação para outros mercados mundiais. Pontos do acordo sugerem que o Mercosul vá eliminar gradualmente as tarifas de importação em 93% das linhas tarifárias, enquanto o bloco europeu deve liberalizar 82% das importações agrícolas. As cotas para alguns produtos do Mercosul foram antecipadas pelo jornal Valor Econômico, sendo 25 mil toneladas de carne suína com tarifa de 83 euros por tonelada.
No entanto, para que a habilitação da exportação da carne suína brasileira se concretize, haverá uma maior cobrança quanto ao uso consciente de antibióticos e adaptação aos critérios de bem-estar animal, além da maior pressão para a atualização das plantas e melhoria dos sistemas frigoríficos.
Em nota, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) avalia que o acordo também reforça compromissos específicos sobre direitos trabalhistas, proteção ambiental e desenvolvimento sustentável, abordando questões como o manejo sustentável e a conservação ambiental.
Novos acordos
Apesar do acordo entre Mercosul e UE ainda estar em processo de construção (e só deve ser aprovado no prazo de dois a três anos), fontes ligadas ao governo acreditam que a assinatura com a União Europeia esquentou o mercado internacional, e o Ministério da Agricultura e Relações Exteriores já recebeu consultas de outros países que têm interesse em lançar novos acordos, como no caso do Japão.