Seis deles já foram vistoriados e aprovados pelos chineses, mas ainda não foram habilitados
A recente visita da ministra Tereza Cristina a Ásia já indica os primeiros resultados favoráveis. Em entrevista à imprensa, a ministra afirmou que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) encaminharia, nesta quinta-feira (23), ao governo chinês, a lista com os nomes de 30 frigoríficos brasileiros indicados a exportar para a China.
Tereza Cristina explicou que ficou acertada a indicação de 20 plantas, porém foi solicitado um número maior. "Eu pedi aos chineses, a GACC (Aduana da China), que eu tivesse a oportunidade de indicar 30 plantas, e não 20", afirmou.
Segundo nota do MAPA, dos 30 frigoríficos, seis já foram vistoriados e aprovados pelos chineses, mas ainda não foram habilitados. A nota informa, ainda, que não há data para a China definir quais e quantos serão os novos habilitados. A ministra espera receber uma resposta no prazo de 30 dias.
“Agora está nas mãos deles”, resumiu a ministra aos jornalistas. Ela também destacou que a viagem serviu para abertura de um canal de conversação permanente com os chineses sobre a habilitação de frigoríficos. “Um país importante comercialmente para o Brasil como a China, não podemos ir lá a cada dois meses, mas temos que ter um canal aberto de conversa, fazer o estreitamento dessa relação”, disse.
A Assuvap monitora de perto a política de exportação da proteína, ciente da relevância da habilitação de mais frigoríficos para o mercado interno. Segundo o presidente da associação, Fernando Araújo, a recente visita da ministra a Ásia demonstrou a mudança de foco da política externa do MAPA, com maior empenho pelas demandas do setor de carnes, que ele classifica como altamente dependente do mercado externo para a sua rentabilidade. “O mercado sinaliza que teremos um ano promissor, porém devemos agir com racionalidade, pois a atividade é naturalmente cíclica, estando sujeita aos humores do mercado global de carnes e grãos”, conclui Araújo.
Mundo não conseguirá atender demanda da China
Segundo Cristina, o mundo inteiro não será capaz de suprir a necessidade de carnes da China, diante das perdas causadas pelo surto de Peste Suína Africana. “Eles vão perder o equivalente a 13% do mercado interno (de carnes) (...). É muita coisa, e essa proteína vai ter de ser suprida por bovinos e aves. O Brasil tem suínos, mas é pouco diante do tamanho e diante da necessidade do mercado chinês e de outros países da Ásia que estão com o mesmo problema”, ressaltou a ministra.
Fonte: Assuvap; MAPA; Suinocultura Industrial