Por Ronaldo Risso – Coordenador de Assistência Técnica da MSD Saúde Animal
INTRODUÇÃO
A Enteropatia proliferativa suína, também conhecida por Ileíte, é causada por um bacilo gram- negativo, intracelular obrigatório, denominado Lawsonia intracellularis. Trata-se de uma doença infeciosa que gera grande impacto econômico em diferentes fases de produção, principalmente na recria, terminação e na reposição do plantel. A doença se manifesta de duas formas clínicas distintas: aguda e crônica.
FORMA AGUDA
A Ileíte em sua forma aguda acomete suínos de terminação e reposição. Dentre os sinais clínicos observados estão palidez, anorexia, fezes diarreicas escuras e/ou sanguinolentas. A morte súbita de um pequeno número de animais é um dos primeiros sinais a serem observados nos casos de Enteropatia proliferativa. Fezes escuras e sanguinolentas podem ser observadas nas baias e na região perineal dos animais antes da morte.
Forma aguda da Ileíte com presença de sangue nas fezes.
FORMA CRÔNICA E/OU SUBCLÍNICA
A doença em sua forma crônica se manifesta por uma enterite necrótica e é caracterizada por uma diminuição no consumo de alimentos e no ganho de peso. Pode estar presente nos animais uma diarreia aquosa, normalmente atingindo animais de seis a 20 semanas de idade. Em sua forma subclínica a diarreia pode não estar presente, porém há comprometimento em ganho de peso e conversão alimentar. No Brasil, a principal forma da doença encontrada é a subclínica. Os prejuízos estimados podem variar de R$6,50 a R$49,00 por leitão.
TRATAMENTO E CONTROLE
Na literatura são citados trabalhos de diversos autores que afirmam que os antimicrobianos macrolídeos, clortetraciclina, tiamulina são eficazes no tratamento e controle da Lawsonia intracellularis. Dentre as principais drogas utilizadas no tratamento estão a tiamulina e tilosina, que podem ser utilizadas na forma de choque via ração, em animais da faixa etária afetada. Em casos agudos da doença é indicada a utilização de medicação injetável como tilosina, tiamulina, espectinomicina, ou penicilina. Outra importante ferramenta disponível no mercado para controle da Ileíte é o uso de vacinas comerciais, como a Porcilis Ileitis, da MSD Saúde Animal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A suinocultura atual tende a investir em planteis de alto nível sanitário, obtidos por meio de medidas rígidas de biosseguridade e prevenção de doenças. Tais medidas sanitárias têm como finalidade a redução do uso de antibióticos na produção e diminuição dos prejuízos decorrentes das doenças que afetam a espécie suína. O diagnóstico preciso, realizado por um médico veterinário, é primordial para a instituição do tratamento e/ou implantação de um processo de vacinação no plantel a fim de evitar o uso indiscriminado de antimicrobianos. Essas medidas também evitam possíveis perdas de índices produtivos, seja eles por formas clínicas ou subclínicas das doenças.
Fonte: MSD